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Municípios Endividados: Número de Cidades no Vermelho no RS Dispara 13 Vezes em Apenas 1 Ano - Saiba Mais!

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Municípios Endividados: Número de Cidades no Vermelho no RS Dispara 13 Vezes em Apenas 1 Ano

Municípios Endividados: Número de Cidades no Vermelho no RS Dispara 13 Vezes em Apenas 1 Ano - Saiba Mais!

Em um ano, subiu de 34 para 457 o número de municípios  do Rio Grande Sul com déficits primários, ou seja, quando as despesas básicas (saúde, educação, servidores) consomem mais do que o município arrecada. 

Hoje, o estado gaúcho tem 92,5% dos municípios no vermelho. 

No Pará, a situação não é muito diferente. Os devedores passaram de 6 cidades no primeiro semestre de 2022 para 117 no mesmo período deste ano. 

O que representa 90% dos municípios endividados no estado. 

Em Pernambuco — onde várias prefeituras pararam nesta semana para protestar contra a redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o represamento das emendas parlamentares — ,as cidades endividadas passaram de 19 no ano passado para 156 este ano, o que representa quase 85% dos municípios de todo o estado.  

Descendo para a região Sudeste, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo estão nas seguintes situações: 

  • RJ: subiu de 8 para 71 municípios entre 2022 e 2023
  • MG: subiu de 23 para 329 municípios entre 2022 e 2023
  • ES: subiu de 2 para 74 municípios entre 2022 e 2023 
Conforme mostra a tabela a seguir:

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Municípios Endividados: Número de Cidades no Vermelho no RS Dispara 13 Vezes em Apenas 1 Ano


A tabela abaixo mostra os municípios mais endividados dos estados citados:

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Municípios Endividados: Número de Cidades no Vermelho no RS Dispara 13 Vezes em Apenas 1 Ano

De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios, CNM, que resultou num estudo com mais de 50 páginas e levou em consideração dados de  4.616 cidades brasileiras, o percentual de comprometimento das cidades pequenas subiu de 79% para 91%. 


Já nas cidades de médio e grande porte, esse comprometimento passou de 77% para 85%. 

O indicador aponta que, no primeiro semestre de 2023, a cada R$ 100 arrecadados nos pequenos municípios, R$ 91 foram destinados para pagamento de pessoal e custeio da máquina pública.



O documento aponta que 51% dos municípios registraram déficit primário (receitas menos despesas, sem considerar o pagamento dos juros da dívida) nos primeiros seis meses deste ano.

No mesmo período do ano passado, esse porcentual era de 7%. O desequilíbrio nas contas, segundo a CNM, foi gerado por um forte crescimento dos gastos, da ordem de 24%, superior ao avanço das receitas, que foi de 8,4%.



Entre os 51% dos endividados



Em Santarém, no Pará, a dívida está em R$ 65.731.749,26. O prefeito da cidade, Nélio Aguiar, teme por uma precarização dos serviços públicos, uma vez que, quando não se honra o pagamento dos insumos com fornecedores, eles suspendem a distribuição. 

O que pode afetar escolas, com a suspensão da merenda; unidades de saúde, com a falta de medicamentos, entre outros serviços básicos prestados pelas prefeituras. 



“Se você atrasar com esses fornecedores ele para de entrarem, ele corta o fornecimento de combustível, de alimentação, e isso acaba levando à precarização dos serviços públicos —  você acaba atendendo mal a população.”



O prefeito de Santarém  — assim como os gestores de outros milhares de municípios brasileiros — apela para a União. 

Nos dias 15 e 16 deste mês, mais de 2 mil gestores municipais estiveram em Brasília para se reunir com membros dos poderes Executivo e Legislativo.

Entre outras demandas, pediram a aprovação da PEC 25/2022, que institui adicional de 1,5% do FPM no mês de março de cada ano. 

Isso, segundo a CNM, impactaria no aumento de mais de R$11 bilhões, valor que aliviaria boa parte dos municípios em crise.



Os prefeitos também reclamam do atraso no pagamento de emendas parlamentares e da redução no primeiro semestre de 2023,  o que representou  perdas de quase 73% na comparação com o mesmo período de 2022. 

Os valores  passaram de R$ 10,43 bilhões para R$ 2,80 bilhões, reclama.



Segundo o prefeito Nélio, “ninguém quer brigar contra o governo. Mas quem pode nos ajudar é a União, se ela não perceber que nós estamos enfrentando uma grande dificuldade e que precisamos de ajuda, vai ficar complicado”, desabafa.



Entre os 49% dos “não-endividados”



A cidade mineira de Ubá, faz parte dos 49% dos municípios brasileiros que ainda estão com as contas no azul, ou seja, os que conseguem equilibrar a balança entre o que arrecadam e o que gastam. 

Segundo o prefeito, Edson Teixeira, a cidade tem o cuidado de manter uma reserva estratégica e graças a isso tem conseguido equilibrar as contas para não ficar no vermelho.



“Mas algumas ações estão sendo feitas: redução de despesas, principalmente de reformas, reformas de escolas, de unidades de saúde, resguardando recursos para as obrigações, salário, previdência, repasse à câmara, ou seja, aquilo que não podemos deixar de fazer,.”



Mas vendo as receitas diminuírem a cada mês, o gestor pede à classe política que atuem com  consciência para que os municípios possam ter uma condição melhor.



A população é quem pode sofrer



Segundo o advogado e professor em Direito Constitucional, pela USP, Antônio Carlos de Freitas Júnior, os serviços essenciais são impactados imediatamente com os cortes do orçamento.



“Receita pública faz valer a despesa pública,  quando se tem diminuição drástica de receita, implica numa diminuição drástica de despesa pública. 

E a despesa pública você tem percentuais fixos para educação, saúde e tudo mais que sejam serviços essenciais. 

No município, inclusive, que você tem serviços próprios, o atendimento básico da população de saúde é municipal, a educação básica é municipal, limpeza pública, coleta de lixo, são serviços municipais.



Há probabilidade muito grande de quando ocorre esse corte na receita é que as despesas que tenham que ser cortadas sejam de serviços essenciais, de forma quase instantânea, explica o advogado. 



Rio Grande do Sul



No começo da semana o Rio Grande do Sul apareceu na lista do SIAFI  —  o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal  —  como sete municípios apresentando pendências, o que impedia essas cidades de receberem recursos do FPM. 



Segundo o coordenador de receitas da Famurs, Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, Fernando Luz Lehnen, trata-se de uma lista variável, que muda todos os dias. 

O coordenador ressalta que “os municípios do Rio Grande do Sul têm ficado atentos em relação a essas questões de inscrições. A Famurs  sempre acompanha essas inscrições e coloca a disposição dos municípios, caso eles tenham alguma dificuldade para poder regularizar suas situações.”



O Tesouro Nacional, recentemente, mediu a qualidade de informação contábil e fiscal no Siconfi e o Rio Grande do Sul despontou nos municípios com até 100 mil habitantes, onde ocupou as três primeiras colocações com o município de Bozano, Coronel Barros e Faxinal de Soturno. 



E ainda nos municípios com mais de 100 mil habitantes, o Rio Grande Sul ocupou a terceira colocação com o município de Santa Maria. 

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Municípios Endividados: Número de Cidades no Vermelho no RS Dispara 13 Vezes em Apenas 1 Ano

“O Rio Grande Sul tem evoluído com os seus municípios em relação à confiabilidade das informações contábeis, inclusive ocupando excelentes colocações no que é a medida pelo Tesouro Nacional”, avalia o coordenador.



A União não se pronuncia



Entramos em contato com o Ministério da Fazenda para saber o que a União vem fazendo para tentar ouvir os municípios e resolver a questão dos repasses, mas, em nota, a assessoria respondeu que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Fonte: Brasil 61

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